quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O amor a Deus e ao próximo.

Lição: 11 I Jo 4.7-1


Introdução: Quem ama Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento, submeter-se-á voluntariamente ao mandamento proposto em Levítico 19.18. Só quem ama Deus com todo o seu ser, é capacitado para o amor ao próximo, para vencer todas as barreiras de preconceito, egoísmo, impaciência e falta de compromisso. Entenderá o amor como uma forma de servir sem esperar recompensa. É capaz de assumir sacrifícios.


Objetivo da Lição:
Conceituar o amor divino;
Enfatizar o amor como a identidade do cristão;
Apontar as evidências daqueles que são filhos de Deus.

I – O AMOR DIVINO

1. Deus é amor. No livro de Isaias 49.15, assim disse o Senhor Deus: “Pode uma mulher esquecer-se do seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti”. O Senhor toma como fundamento o amor materno, que sem dúvida é o mais profundo amor entre os seres humanos para exemplificar a grandeza do seu amor pelo homem, ainda assim, não há parâmetro para se comparar a dimensão do seu amor que é ilimitado e interminável. Ele nos dá a certeza e segurança, ainda que, esse amor materno vier a falir, Ele, no entanto, não nos deixará desamparados. Porque Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.

2. A manifestação do amor de Deus. Jesus Cristo é a maior expressão e prova do amor de Deus pela humanidade, porque “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16)” . Portanto, aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor, e o seu amor é à base da aliança, o fundamento da sua fidelidade e a razão da eleição do seu povo. E no capítulo 2, versículo 9 da primeira carta universal do Apóstolo Pedro, o Senhor declara o seu amor de uma forma especial, por aqueles que o amam e buscam fazer a sua vontade, observem: “Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.


II - O AMOR COMO INDETIDADE
DO CRISTÃO


1.O dever de amar a todos. O amor a Deus que não se exprime no amor ao próximo é ilusão. Amar o próximo é assumir o lugar do outro. É sentir as necessidades alheias, tomar para si o sofrimento de alguém. É ver o próximo como gostamos que este nos veja.

2.A identidade cristã. A identidade do cristão é o amor,Jesus afirmou certa vez que seríamos conhecidos como seus discípulos, se amássemos uns aos outros. Ao ser interrogado sobre qual seria o primeiro mandamento, Jesus respondeu: Amarás a Deus sobre todas as coisas e o segundo mandamento, semelhante a esse é: amarás o teu próximo como a ti mesmo.

3.Deus nos capacita a amar. Amar o próximo é assumir o lugar do outro. É sentir as necessidades alheias, tomar para si o sofrimento de alguém. É ver o próximo como gostamos que este nos veja.


III - O AMOR E A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO


1. O amor ao próximo(vv.12,13). Cada pessoa em particular (parente, amigo etc.); o nosso semelhante: Amar o próximo como a si mesmo; o conjunto de todos os homens. A Parábola do Bom Samaritano ajusta-se bem à reflexão sobre "quem é o meu próximo". Mas como amar assim, se a natureza humana é, si mesma, egoísta e interesseira? O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, 5.5 diz que o amor de Deus é derramado em nosso coração. É esse amor de Deus é a fonte do amor com que devemos amar uns aos outros.

2. A confissão de Jesus como Filho de Deus (v.15). É realmente possível amar a Deus, mesmo sem O ver? E a outra: o amor pode ser mandado? Se alguém disser: "Eu amo a Deus", mas odiar a seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama a seu irmão ao qual vê, como pode amar a Deus, que não vê? (1 Jo 4, 20). O citado versículo deve, antes, ser interpretado no sentido de que o amor ao próximo é uma estrada para encontrar também a Deus, e que o fechar os olhos diante do próximo torna-se cegos também diante de Deus.

Com efeito, ninguém jamais viu a Deus tal como Ele é em Si mesmo. E, contudo, Deus não nos é totalmente invisível, não se deixou ficar pura e simplesmente inacessível a nós. Deus amou-nos primeiro — diz a Carta de João citada (cf. 4, 10) — e este amor de Deus apareceu no meio de nós, fez-se visível quando Ele “ enviou o seu Filho unigénito ao mundo, para que, por Ele, vivamos” (1 Jo 4, 9). Deus fez-Se visível: em Jesus, podemos ver o Pai (cf. Jo 14, 9). Existe, com efeito, uma múltipla visibilidade de Deus.

3. A confiança no amor de Deus (vv. 16-18). Como possível o amor ao próximo no sentido enunciado por Jesus, na Bíblia? Consiste precisamente no facto de que eu amo, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem conheço sequer. Isto só é possível realizar-se a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento. Então aprendo a ver aquela pessoa já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo. O seu amigo é meu amigo. Para além do aspecto exterior do outro, dou-me conta da sua expectativa interior de um gesto de amor, de atenção, que eu não lhe faço chegar somente através das organizações que disso se ocupam, aceitando-o talvez por necessidade política. Eu vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa. Aqui se vê a interação que é necessária entre o amor a Deus e o amor ao próximo, de que fala com tanta insistência a I Carta de João. Se na minha vida falta totalmente o contato com Deus, posso ver no outro sempre e apenas o outro e não consigo reconhecer nele a imagem divina.


Conclusão: Quando indagado a respeito do grande mandamento, Jesus citou a Escritura (Mt. 22.36-38; Dt. 6.5), respondendo “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento”. E acrescentou: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Vemos, aqui, o tripé do amor cristão, sob qualquer hipótese, podemos amar apenas a nós mesmos, o que revela egoísmo, ao próximo, mero filantropismo, ou a Deus, puro fanatismo. Amemos, portanto, tanto a Deus quanto ao próximo, mas não apenas em palavras, antes de fato e de verdade (I Jo. 3.11).



Que Deus possa derramar
sua unção sobre a sua vida!